Grandes músicos e compositores II

Heitor Villa-Lobos



O maior compositor brasileiro de todos os tempos, respeitados os demais que também contribuíram grandiosamente para obtermos uma música com características únicas tupiniquins.
Nascido no Rio de Janeiro em 1887, dois anos antes de o Brasil proclamar-se República, aos 15 de novembro, esse patriota fez pela música nacional o que ninguém se empreendeu a tanto. Filho de um servidor público e músico amador, Heitor começou, sob a influência do genitor, seus estudos com uma viola adaptada para se tornar um violoncelo. Após a morte do pai, quando contava com 12 anos de idade, começou a se dedicar ainda mais à música, tocando em teatros, cafés e bailes cariocas e, mais tarde, iniciaria as viagens atraído pela musicalidade popular, os choros, à época.
Casou-se aos vinte e seis anos com a pianista Lucília Guimarães e se estabeleceram, de vez, na capital do país. É o tio-avô de Dado Villa-Lobos, ex-integrante da maior banda de rock brasileira, a Legião Urbana.
Foi maestro e compositor, fez viagens à Europa, morou em Paris e assumiu a direção da SEMA, Superintendência de Educação Musical e Artística na era Vargas. O Ministério da Educação e Cultura, criado em 1930, dedica-lhe uma obra* por ter sido influente educador através do seu Canto Orfeônico, que trazia em seu conteúdo cantos patrióticos para os estudantes e para eventos civis.
Além da produção pedagógica, dedica-se ainda mais a um estilo clássico único e, desafiador de si próprio, fez uma obra magnífica em aproximação ao estilo constante e espiritualizado de Johann Sebastian Bach, denominado de as Bachianas Brasileiras, contando com um total de nove obras.
Anteriormente ao trabalho com as Bachianas (1930-1945), sua mente criativa resolve se impor e compôs mais obras tipicamente brasileiras como as Danças Características Africanas, estando em destaque títulos como Uirapuru e Amazonas.
Tendo sido reportado como exigente e punitivo, pois aplicava alguns cascudos ocasionais nas crianças que participavam do canto orfeônico, não gostou de sua primeira biografia escrita por Vasco Mariz e publicada no ano de seu sexagésimo aniversário, em 1947.
Segundo Mariz "Villa-Lobos não gostou do livro. Nunca me escreveu elogiando-o ou censurando-me. A obra, afinal, era um canto sincero de louvor, ou não a teria escrito. Jamais soube bem porque mereci tanto rigor, até quando estava reescrevendo esta obra trinta anos depois. (...) Arminda (Arminda Villa -Lobos, segunda esposa de Heitor) quebrou o gelo e caí das nuvens pelo motivo: Villa-Lobos ficara furioso porque havia escrito que ele dava cascudos nas crianças que participavam nas concentrações de canto orfeônico! Bem, eu levei um cascudo leve, mas jamais tive a intenção de afirmar que ele batia sistematicamente nas crianças para obrigá-las a cantar! Entretanto, consertei minha redação desse episódio para me redimir com a memória do mestre ... (Mariz, s/d, p. 15)."
*SANTOS, Marco Antônio Carvalho. Heitor Villa-Lobos/Marco Antônio Carvalho Santos - Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana,2010.

Foi um dos poucos músicos a desbravar o Brasil, percorrendo o país de Norte a Sul, assimilando todas as peculiaridades das canções de cada região. Foi essa uma viagem musical que trouxe à tona para todo o mundo a musicalidade brasileira, essa mistura de todos os povos em uma nação.

Obteve fama internacional ao reger várias orquestras e ao aparecer, também, no filme de Walt Disney Saludos amigos (Alô, amigos no Brasil) de 1943, onde a personagem Zé Carioca aparece pela primeira vez e ao lado de seu novo amigo, também uma ave, Pato Donald. Trailer:
https://www.youtube.com/watch?v=5tTxKqaPxKM

Minhas canções favoritas desse magnífico músico são: Bachiana número 2 para orquestra de câmara, Bachiana número 3 para piano e orquestra e Uirapuru.

Sua morte foi motivo de menção no New York Times (http://villalobos.iu.edu/1959).

"Eu não uso o folclore, eu sou o folclore." H. Villa-Lobos (1887-1959).

Getúlio Vargas ao lado de Villa-Lobos

Villa-Lobos e Walt Disney

Zé Carioca




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